Hora de Mudar

“Mas isso não é de nossa responsabilidade”

“Mas isso não é de nossa responsabilidade”

Isso não é de minha responsabilidade

Isso não é de minha responsabilidade

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Já ouvimos muitas vezes que problemas são avisos para que atentemos para as coisas da vida, mas é algo que não estamos conseguindo enxergar bem.

Enxergar não é o mesmo que olhar, ver não significa ter precisão. Geralmente no nosso dia a dia visualizamos pessoas, acontecimentos e coisas com nossos próprios filtros. É preciso abrir a lente e trocar de filtro se quisermos enxergar tudo que está acontecendo ao nosso redor.

Basta parar para pensar e entender que certos acontecimentos mesmo os que não estão nos afetando diretamente neste exato momento, pode estar tentando nos mostrar mudanças de comportamento coletivo ou problemas que poderão vir nos afetar.

A maioria das pessoas quando está com febre caí num estado de prostração ou apenas toma um remédio para tratar os sintomas sem se preocupar com aviso que o organismo está enviando.  O corpo está falando que algo vai mal e ao invés de entender o que o corpo está tentando dizer prefere o paliativo para curar os sintomas. O correto seria aprender a se perguntar: o que fiz ou deixei de fazer para meu corpo ficar frágil e permitir que a doença o atacasse?

Mais ainda, devíamos aproveitar todas as experiências dos parentes, vizinhos, do mundo em si e não cometer os mesmo erros. Não era isso que nossos pais e avôs faziam transmitindo esses ensinamentos sem tecnologia nenhuma apenas pelo “boca a boca”?

Nos problemas pessoais, profissionais ou de nosso dia a dia também os sintomas não acontecem tudo de uma vez, vão piorando aos poucos nos avisando e é preciso entender o recado.

Desde 19 de janeiro venho ensaiando esse texto e não consigo terminar por que uma sucessão de eventos estranhos (será?) vem acontecendo e tenho procurado o que há de comum entre eles e quando estou concluindo minha idéia outro fato estranho acontece.

Vejamos os fatos (não estão em ordem cronológica e nem de importância):

  1. Ainda no ano passado tivemos os casos de bueiros estarem estourando no Rio de Janeiro (+100) sem nenhuma interferência humana. Para não dizer que acontece só no Brasil essa semana um bueiro estourou na China.
  2. Deslizamento de morros levando casas e cidades inteiras.
  3. Mulher grávida de quadrigêmeos vai a TV com barriga exagerada e que era falsa.
  4. Navio afunda na costa da Itália e Comandante abandona o navio.
  5. Prédio de 20 andares cai no centro do Rio de Janeiro e levam junto dois outros prédios ao lado um com quatro andares e outro com nove andares.
  6. Prédio em São Bernardo dos Campos vê afundarem 14 lajes dos conjuntos terminados no numero quatro.
  7. Polícia na Bahia entre em greve e morre mais de 135 pessoas por falta de policiamento.

Se quisesse continuar ainda colocaria muitas outras coisas, mas estes já bastam para encaminhar o raciocínio deste texto.

Como numa no caso de uma febre que é preciso enxergar o que está por trás do aviso do nosso organismo, nestes fatos precisamos enxergar o que está por trás desses fatos.

Para mim em todos os acontecimentos tem uma palavra comum: a falta de comprometimento das pessoas responsáveis e envolvidas e em resolver de vez a “doença” ficam com remédios paliativos.

Senão vejamos:

  1. Os bueiros foram feitos para uma finalidade e estão usando para muitas outras. Com certeza todos os envolvidos sabiam dessa possibilidade de explosões. Por que em vez de agora multarem a companhia responsável (penso que é uma das medidas a serem adotadas) não impediram ou não adotaram tecnologias que evitasse essas ocorrências?
  2. Deslizamento de morros todos sabe que pode acontecer, por que construir e principalmente deixar construir em áreas que sabidamente vão ocorrer deslizamento e tragédias pessoais?
  3. O que pretendia a mulher que simulou grosseiramente a gravidez de quadrigêmeos. E o compromisso da imprensa em dar notoriedade a algo tão absurdo? Arrumam um assunto sem verificar nada?
  4. No prédio de 20 andares todos queriam tirar proveito, seja abrindo uma janela na parede onde não seria permitido, fazendo um puxado do 17º. ao 20º. andar, tirar paredes em andares indiscriminadamente para reformas e deixar entulho em lajes. Claro que todos sabiam o que poderia acontecer, mas apenas tomaram remédios de efeito imediato. O resultado todos sabe, os prédios caíram por que houve sobrecarga pelas reformas e peso extras nas lajes
  5. A laje do 14º. andar do prédio de São Bernardo do Campo estava encharcado e em eminência de cair. Todos sabiam, mas seria apenas a 14ª. laje que cairia e não tinha nada a ver com cada um. Só que ao cair a 14ª. laje com o seu peso derrubou a 13ª. laje que juntas derrubaram a 12ª. e assim por diante.
  6. Houve um erro na aproximação do navio a costa italiana, mas certamente não é o Comandante que fica pilotando o navio, tem toda uma equipe especializada cuidando disso. Por que não avisar a todos e salvar todo mundo?  E pior, se o Comandante ficasse até o final seria apenas um acidente, mas ao fugir fica clara sua falta de comprometimento.
  7. Que professores, médicos e militares ganham pouco todos sabem. Por que deixar chegar numa situação de confronto quando o certo é acertar um processo de recuperação da dignidade dessas categorias? Como um bandido pode ser presidente de um sindicato de militares?

Em todos os fatos vejo sempre as mesmas frases comuns:

“- Mas isso não é de nossa responsabilidade”,

“- Isso não é de minha responsabilidade”,

diriam autoridades de plantão seja ela as companhias que utilizam os bueiros, o administrador dos prédios, a imprensa e claro os governantes e autoridades que apenas querem nos dar remédios para curar “aquela febre que nos assola no momento”.

Está faltando compromisso de todos envolvidos e de todos nós. Se enxergarmos que algo pode causar algum trauma ou prejuízo a todos é de nossa responsabilidade tomar atitude e tentar impedir o caos, que o fato venha acontecer.

Se sempre foi assim agora chegou à HORA DE MUDAR.

Fique alerta, assuma a responsabilidade, tome uma atitude, se comprometa, pois a próxima vítima pode ser você.

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