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Pelé, o Rei eterno do futebol

Pelé, o Rei eterno do futebol

Hoje vamos falar sobre Pelé, o Rei eterno do futebol. Ele foi responsável por fazer toda a nação sentir orgulho de sermos brasileiros, lá em 1958, com a conquista do primeiro Mundial. O nome Pelé também sempre nos ajudou a conquistar a simpatia e boa vontade de qualquer gringo, sabiam? Vou compartilhar alguns fatos da minha vida para vocês terem dimensão disso.

Tomei conhecimento da existência de Pelé em 1956, quando meu pai, português e torcedor da antiga Portuguesa, me chamou e disse:

– Venha assistir a esse jogo do Santos. Tem um garoto de 16 anos, que dizem que joga muito.

Esse garoto era o Pelé, que subiu para o time profissional aos 16 anos e logo chamou atenção de todos os amantes de futebol, de todas as torcidas. Não me recordo contra quem o Santos jogava, mas lembro perfeitamente das corridas e fintas que ele realizou nesse jogo. E eu só tinha 12 anos!

Esse fato também me marcou muito, pois não era comum meu pai fazer esse tipo de convite e, durante todo o jogo, seus comentários a respeito deste, então, novato era de admiração e respeito.

Outro momento que me marcou foi a ida de Pelé para disputar a Copa do Mundo de 1958, na Suécia, com apenas 18 anos. Eu ficava esperando meu pai chegar com o jornal do dia para ler as notícias sobre o sucesso dele no Mundial.

Era intrigante para mim, na época, vê-lo cercado por garotas (todas) brancas e loiras admiradas porque ele era negro. Elas queriam tocá-lo e pedir seu autógrafo.

O BRASIL foi, pela primeira vez, CAMPEÃO DO MUNDO! Com atuações geniais de todos os jogadores, mas em especial de Pelé e Garricha. E o país começou a mudar! Aparecemos para o mundo e nos enchemos de orgulho.

Ainda fomos campeões mundiais em 1962, no Chile, onde Pelé foi caçado em campo. E, em 1970, no México. Aliás, a Copa de 70 foi um marco na vida do Pelé.

Ele foi ameaçado pelo técnico João Saldanha de não ser convocado, pois estaria velho. Saldanha caiu e Zagalo entrou para comandar a seleção. O “velho lobo” convoca Pelé e monta um dos maiores times da história do futebol. E Pelé se torna TRI CAMPEÃO MUNDIAL. Até hoje ele é o único jogador a realizar esse feito.

A partir daí, para destravar qualquer conversa com gringos em convenções ou tratativas de negócios, começar falando do futebol de Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho, Romário e Zico sempre nos abriu portas. Mas, nenhum deles, foi capaz de destravar caminhos como o nome de Pelé.

Em várias ocasiões, quando estava no exterior e não conseguia me expressar por dificuldade com a língua local, depois de algumas tratativas, sempre apelava ao nome Pelé e as portas se abriam. Logo os gringos abriam um sorriso e passávamos a nos entender.

Posso citar dois eventos que exemplificam muito isso!

O primeiro foi em 1984, numa primeira estada em Paris. Entrei numa enorme livraria e queria encontrar algo sobre o Brasil, mas o atendente não conseguia achar nada. Foi quando surgiu a palavra mágica PELÉ e ele sorriu – como dizendo “agora sim” – e me levou até uma sessão com livros sobre ele. E não havia nada sobre o Brasil (literalmente).

Outro fato ocorreu em 1990, numa viagem à Europa, em que junto a amigos, percorremos cerca de 8.000km por vários países. Queríamos conhecer a, então, Alemanha Oriental, que ainda estava sob o domínio da União Soviética. O muro que separava as duas Alemanhas estava começando a ruir, mas as restrições de entrada continuavam extremamente fortes.

Conseguimos autorização para entrar no território, mas, lá chegando, nós não falávamos alemão e os soldados não falavam inglês. Fomos recebidos por quatro soldados fortemente armados e, enquanto examinavam o carro interna e externamente, o alemão, muito bravo por não conseguir se comunicar e por não respondermos a suas perguntas, já estava nos mandando voltar.

Foi quando novamente me lembrei da palavra mágica PELÉ e tudo se transformou! O soldado abriu um enorme sorriso e falou: “Ahhhh Pelé e Garrincha”. Ele nos devolveu os documentos e mandou que avançássemos território adentro. Até hoje não sabemos o que ele pensou a respeito, mas deu tudo certo.

Eu acho incrível como nome Pelé representa a alegria, sendo uma referência que sempre nos conectava a outras pessoas do mundo todo e abria sorrisos. Agora, mesmo com sua partida do plano material, a marca que ele nos deixa continua sendo de alegria e o quanto todos nós brasileiros devemos nos orgulhar.

 

 

Eduardo Augusto dos Santos

Paulistano do bairro da Indepedência (Ipiranga-São Paulo), que apesar de manter fortes vínculos com suas origens e convicções sempre foi um apaixonado pelas mudanças como forma de evoluir e crescer como ser humano, daí HORA DE MUDAR.

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